sexta-feira, 16 de março de 2012

Resenha do livro Educação Infantil e registro de práticas

A importância do registro na ação docente.
Simone do Nascimento Louveira.

A política de valorização da Educação Infantil em nosso país é muito recente, ou seja, recentemente ela foi considerada uma etapa da educação básica, portanto constitui numa modalidade do processo educativo e que nos .últimos anos, tem obtido destaque no campo educacional, devido a sua crescente expansão. 

Ser professor de educação infantil é muito além de cuidar e educar requer deste profissional um olhar diferenciado para observar, criar e recriar procedimentos e atividades além de criar mecanismo para registrar sua ação docente.

Na busca de uma identidade, a educação infantil consolidar-se como um espaço de ampliação de experiências com intencionalidade educativa, instigando seus profissionais a desenvolverem um olhar sensível do que é ser criança. Neste sentido, torna-se oportuno analisamos como o professor efetiva sua ação docente? Como o registro é concebido nesta a ação? E para que serve?

Diante destes questionamentos, a autora Amanda Cristina Teagno Lopes, em sua dissertação de mestrado, apresenta a Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, na linha de pesquisa didática, teorias do ensino e praticas escolares, sob a orientação do professor doutor José Cerchi Fusari. Abordou em sua dissertação e publico o livro Educação Infantil e registro de praticas, pela editora Cortez no ano 2009.

Teagno, na sua dissertação ela aborda a importância do registro na ação docente e para que ele serve. Para ela, além de favorecer a reflexão, o registro possibilita a construção da memória e história, enfatizando o papel do dialogo e da experiência grupal na formação, portanto, registrar é produzir memória, memória das praticas escolares e construir história, é ser sujeito, participar ativamente da sociedade, deixar uma herança as gerações futuras.

A partir, da leitura desse livro, podemos fazer a seguinte reflexão que ao elaborar uma concepção de registro podemos então perceber que o mesmo engloba diferentes formas e linguagens, percebendo a criança como produtora de marcas e o desenho como linguagem. 

Portanto registro é muito mais do que um documento, registrar é produzir memória, deixar marca no tempo. É consideramos então importante resgatar está pratica de registro na história, porque o registro é também um instrumento de reflexão e desenvolvimento profissional. que este instrumento não seja compreendido como aprisionamento ou servir apenas para fins estatísticos, mas que ele seja um instrumento que libertar o professor, tornando-o autor de sua pratica.

Para Coutinho (2006, p.130)
(...) È importante que o professor documente o seu fazer pedagógico, pois muitas vezes não tem habito de registrar o que acontece ou vem sendo feito em sala de aula, uma vez que este é o espaço que seu trabalho poderia ser pensado e repensado, é o lugar ideal para registrar a fala das crianças, filmar atividade, arquivá-las e fazer atividades especifica para avaliar o processo de construção do conhecimento.

Portanto, para Coutinho o registro seve para serem analisados, constantemente e pode ser usado para melhorar o fazer pedagógico, contribuindo assim para o avanço da criança.

Já Veiga (2006, p19) considera o registro um processo de construção e autoria, uma vez que expressa o resultado de reflexão sobre a experiência vivida como docente.

Para Warschauer (1993) as marcas deixadas pelos registros retratam a história vivida pelo professor.

Podemos observar que para todos os autores e pesquisadores do tema ressaltam que o registro mais do que um documento, ele é um instrumento extremamente importante que tem que ser pensado e repensado porque registrar a própria pratica é atribuir valor à experiência docente é conferir-lhe significado, é acima de tudo resgatar a identidade profissional, ou seja, valorizar a ação docente.

Para Teagno (2009) registrar implica uma proposta pedagógica que considere o professor como autor de sua pratica e isso certamente não é uma tarefa fácil, mas demanda intervenção e tempo, pois é construção, processo e não técnica, receita. O registro precisa ser experimentado, vivido.

A autora nos convida a experimentar a pratica de registrar a nossa ação docente, espera-se que as reflexões feitas até agora, tenham repercussões positiva na ação docente e que contribuam para a melhoria da qualidade do ensino, mas que principalmente, os profissionais da educação, melhor dizendo, os professores sejam estimulados a escrever, a ser autor de seu fazer pedagógico, passem a deixar marcas e a retratar a sua historia vivida em sala de aula, através do registro, ou seja, que os professores após a leitura passe a ser autores de o seus fazer pedagógico, produtores de memória.


Referência
• LOPES. Amanda Cristina Teagno. Educação Infantil e registro de praticas. São Paulo: Cortez, 2009
• CRUZ. Soraya Regina de Hungria;ALCÂNTARA.Elizabeth Guedes; COUTINHO. Rejane Aparecida (org). avaliar é cuidar. Campo Grande. MS: Ed: UFMS, 2006
• VEIGA, Ilma Passos Alencastro (Org.) Lições de didática. Campinas: Papirus, 2006.
• WARSCHAUER, Cecília. A roda e o registro: uma parceria entre professor, alunos e conhecimento. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

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